domingo, 26 de janeiro de 2020

O RETROCESSO DO ESPORTE DE CABO FRIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARTE 1

A criança, a luva de goleiro e a arma




Essa é uma história verídica de uma criança de Cabo Frio que encontramos ao desenvolver o projeto sócio esportivo Novo Cidadão, seu perfil já indicava seu envolvimento em área de risco, claro que seu envolvimento era decorrente da falta de informação.

O início

Sua estrutura familiar era deficitária, não tinha condições para pagar pela pratica de atividade esportiva, baixa estima, além de outras carências encontradas, o projeto atendia a todas as crianças e adolescentes, mais eram justamente essas crianças que o projeto voltava suas atenções, tentando transformar seu perfil.

No início muito relutante aos comandos de uma referência nova o professor de educação física e seu apoio (um estagiário de educação física). Seu comportamento foi melhorando com o passar do tempo e com a sua participação agora efetiva nas atividades esportivas, aprendeu numa simples atividade de chutar ao gol, que tinha que respeitar primeiro as orientações do professor e apoio, segundo respeitar seus amigos aguardando na fila o seu momento para chutar ao gol.

Antes era muito disperso, porém melhorou muito sua concentração observando atentamente as orientações do seu professor, tanto na pratica esportiva da modalidade mais também no comportamento para a formação de um cidadão.

A transformação

Seu envolvimento com o projeto chamava atenção, e saltava aos olhos daqueles que viram o seu comportamento no início e agora vislumbravam outra criança, ela estava com uma alta estima elevada, o seu professor agora era chamado de tio, assim como o estagiário.

Como não conseguiu se adequar como jogador de linha começou a experimentar jogar no gol, ele estava tão feliz que mesmo tendo dificuldades financeiras conseguiu que seu responsável comprasse as luvas de goleiro, quando apareceu com as luvas de goleiro no projeto, seu rosto brilhava de alegria e felicidade.

O retrocesso

O tempo foi passando até que chegou o ano de 2013, como todo ano acontecia, ele ficou animado, motivado, alegre, feliz e ansioso pelo inicio do projeto para participar. Mais o tempo foi passando e nada do retorno do projeto, seu espaço antes ocupado pela as atividades esportivas após estudos na escola, agora voltava a ficar ocioso, não tinha nada para fazer depois do estudo na escola.

Ainda esperançoso ouvia com alegria que era uma questão de tempo, e mais tarde o projeto retornaria, mais uma vez ficou aguardando, porém nada de concreto acontecia, e o tempo foi passando, outras amizades foram tomando lugar neste espaço ocioso, amizades que na realidade começaram a levá-lo de volta para áreas de risco.

A conseqüência

Infelizmente o tempo lhe respondeu que não haveria mais o projeto, e como conseqüência disso veio o retorno de sua baixa estima, que tirou sua alegria, felicidade e criou uma baita depressão, não foi difícil de repente encontrá-lo envolvido em pequenos roubos, envolvido com drogas e por fim trocar a sua luva de goleiro por uma arma.

Para refletir

Essa é a história de uma criança que durante vários anos participou de um projeto sócio esportivo e que durante dois anos não teve mais esse direito, conforme consta no artigo 4º do Estatuto da Criança e Adolescente, agora multiplique por tantas outras crianças que durante esses dois anos também perderam seu direito de praticar esportes, quando vários núcleos e modalidade foram fechados.

Depois para dar uma satisfação para a sociedade querem “Baixar a Maioridade Penal” colocando a culpa no Estatuto da Criança e Adolescente, e ainda ficam se perguntando por que nossas crianças estão se envolvendo com crimes?
Nessa história inicialmente vemos claramente a facilidade para transformarmos uma criança ou adolescente em um bom cidadão, utilizando o esporte de forma democrática e direcionado por uma Política Pública, onde informações para a formação de um bom cidadão são introduzidas de forma lúdica

Deixamos aqui uma pergunta, quem induziu esta criança a trocar a sua luva de goleiro por uma arma? A maioridade penal, O ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), O termino de um projeto sócio esportivo desenvolvido através de uma política pública.

Ao encerrar cabe informar que este projeto foi desenvolvido com  objetivo de atender a toda uma sociedade, principalmente as crianças, adolescentes, jovens e atletas de forma democrática através de uma política pública, mais também tinha outro objetivo de fundamental importância, era utilizar esse projeto para servir a DEUS, durante dois anos as pessoas responsáveis pelo projeto perderam a oportunidade de continuar servindo a DEUS através deste projeto.

“Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal a um só destes pequeninos. Tomai cuidado de vós mesmos” Lucas 17, 2

Na próxima parte nº 2, estaremos nos reportando ao Núcleo do Jardim Esperança que era desenvolvido no ginásio poliesportivo Vivaldo Barreto, aguardem.



1 comentários:

ZÉ CORREDOR disse...

ARCOLAGOS - ASSOCIAÇÃO DOS CORREDORES E ATLETAS DA REGIÃO DOS LAGOS
Tem um Projeto Educa Atletismo, para Crianças e Adolescentes e Adultos
Visa principalmente, em atender os direitos do estatuto da criança e adolescente. Nós somos abnegados pela Prefeitura de Cabo Frio - Nossa Terra Amada - Esporte é Vida & Atletismo é Saúde.
Arcolagos tem um acento ao Conselho Municipal de Esporte Amador de Cabo Frio.
Fomos eleitos em 2013. como Conselheiro, mias não houve interesse do governo nos empossar. A cidade sem Conselho Municipal de esporte, está sujeito a violência.
Participação Popular e controle social, Lei Federal nº 8.080 de 14 de Julho de 1990.

22 de abril de 2016 às 16:00

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